A pecuária leiteira não vê a hora de deixar 2021 para trás. Na história recente do Brasil, este foi um dos piores anos para o setor, castigado pelos altos custos de produção, resultado da política cambial do governo federal, pelas adversidades climáticas e pela demanda por lácteos enfraquecida em consequência da perda de poder de compra da população provocada pela alta de inflação. O cenário de dificuldades da cadeia está retratado na edição de novembro do Boletim do Leite do Cepea, divulgado nesta sexta-feira (17).
Segundo a publicação, na “média Brasil”, o preço do leite ao produtor de janeiro a novembro de 2021 foi de R$ 2,2596/litro, 18,1% acima da média do mesmo período de 2020, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de novembro de 2021). “Os valores se sustentaram em elevados patamares, devido à oferta limitada, influenciada, por sua vez, pelo clima adverso e pelos altos custos de produção.” O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) caiu 9,3% de janeiro a outubro.
No entanto, a elevação dos custos de produção superou a alta dos preços aos produtores ao longo do ano. “Considerando-se apenas o milho, houve alta de 48,8% na média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa. Assim, o pecuarista precisou de, em média, 42,6 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg de milho em 2021, contra 33,9 litros no ano anterior, queda de 25,7% no poder de compra”, pontua o boletim.
“Além dos grãos, outros insumos se valorizaram e reforçaram o estreitamento das margens dos produtores, como é o caso dos adubos e corretivos, combustíveis e suplementos minerais”, assinala a publicação. ( AGROEMDIA )
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